domingo, 11 de janeiro de 2009

A TEMPERANÇA

O céu se fecha. O vento obriga os pássaros a voltarem. Observo deitado, observo um coitado, fecho os olhos e temo. Um saco plástico se atrapalha no caminho. É a fé, a crença biodegradável, só pode.
Nenhum fruto cai e mesmo assim eles esperam ansiosos, olhando para cima. Não vêem que a esperança já se foi.
Eu sou o único deitado. Imagino desenhos nas nuvens negras e me esforço pra entender todo o barulho. Mas é quando a minha cabeça transborda que escuto sua voz. Longe, porém limpa.
- Entre, meu bem, uma tempestade está por vir. Pintada de vermelho e olhos claros.