domingo, 22 de maio de 2011

VALSA PARA A JOVEM ESCRAVA

Ele:
Mira. Mira, que tu eras, quem diria, a mulher que eu esperava em agonia.
Ia... ia e voltava como quem dizia, lá no fundo, não queria.
Corria sempre que eu deixava para trás o meu chapéu e a sua fantasia.
Fingia. Vestia seu melhor vestido, mordia o lábio alheio e dava a partida.
E eu morria... morria... morria.

Ela:
Olha. Molha. Eu nunca pedi para ser a heroína da sua história.
Que glória. Derrota. Espanco seus momentos sem vontade e te empurro para fora.
Tu choras. Derruba outro gole, foge, mole, e se apavora.
E toca. Toca, em meu corpo, seu suor à consciência e sai à forra.
E eu esqueço, te largo e te afago em outra hora.

A Terceira:
Eu sempre soube seus defeitos, não importa, escrevo e corro do seu jeito tão demente.
Ele é tão simples que se acaba num silêncio complicado e num desejo de tormento.
Atormentava sua alma e despejava algum concreto em sua poesia tão molhada e quente.
Nas brincadeiras dessas pernas, eram as deles que perdiam, e pendiam a algo errado e incoerente.
Finalizava nossa perversão num ménage gótico, arrastado, desgraçado e indiferente.
E eu fugia, pois a solidão é mais bonita do meu lado, longe dessa gente.

Foto: Camila Pistoresi

5 comentários:

Anônimo disse...

Gente doida.

Mayara

Anônimo disse...

obviamente, eu

Anônimo disse...

vou acabar fechando

Anônimo disse...

esses cinco comentários idiotas, porque eu quero textos novos.

Anônimo disse...

top 5, à lá cusack