Na minha versão ela era bossa. Nova ela nunca foi.
Na dele, era meio blues. Tinha um compasso retardado, num ritmo torto.
Você não sabe o que é ver sua musa na
canção de outro.
Na minha música ela usava saia bordada e
rimava com a lua. Na dele, ela andava nua.
Tinha olhos que miravam e miravam sem alvo e sem consolo. Mas se me olhavam nos olhos, buscavam retorno. Retorno na canção dele era contramão. Na minha, era redenção.
Mas pensar em retorno pra quê, se o que ela queria era correr? Correu e fez música em todo lugar que rodou.
O samba ficou solto, foi passear. Mas a
valsa está aí para quem quiser dançar. A música foi minha, mas você que escolhe
o par.
2 comentários:
Achei divertido. Sádico. Laserquest.
Muito talento!
att,(a)
Muito bom.
Pena que você posta tão raramente.
Saudade.
Postar um comentário