Meu joelho dói. Queima. Deve ser de tanto rezar, de tanto implorar. De tanto cair aos seus pés. Lamber sua sola. Derreter no seu apartamento, ficar entre os tacos. Te ver lá de baixo, enquanto você me esfrega. Limpa meus vestígios, me lava do seu lençol. Sempre trocando, sempre, pra poder sujar com outro alguém. Pra poder se sujar em outro alguém.
Sua cabeça dói. Explode. Deve ser a culpa, a vontade de parar. De parar de cortar minhas peças, de me jogar no mar. De me olhar de canto, me deixar pra lá.
Vai ao armário – outra garrafa. Abastece e está pronta. Sua alma-transformista te elege rainha. E você acredita em cada fluído que ingere.
Levanta seu cetro e eu caio – de joelhos. Eles queimam.
Levantam sua saia e eu afundo. Me afogo.
Você levanta, de manhã, e sua cabeça dói.
6 comentários:
Agora entendo o porque desta Ira no dia de hoje...
palavras cheias de raiva, parecem que estão sendo cuspidas na cara de alguém. Gostei.
woo-hoo!
yeah
não, não nos conhecemos.
pensei que não fosse
gostar pq geralmente dos
blogs que leio, com esse
tipo de texto, n costumo
gostar.
novamente, belo texto.
abraço.
Ruim é não levantar em hora alguma, permanecer afundando cada vez mais fundo e vendo a cabeça girar na roda-gigante, inventando sapatos só para gastar saliva, assim é triste e no texto, ah o sofrimento é muitas vezes uma dádiva tão infinta e deliciosa, até me assusto.
Belos escritos, gostei do novo-formato-visual, parece feito para cegos.
besos menino trocado.
Meu joelho sarou.
Não tenho nenhuma marca nele.
Me dá uma pulseira?
meu joelho passou de roxo pra amarelo e a casquinha já está caindo. será que vou ter joelhos saudáveis de novo?
(eu tinha que comentar do meu joelho nesse post, foi uma associação inevitável - e besta.)
beijos.
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