terça-feira, 30 de setembro de 2008

À PONTE

Já tinha deixado tudo isso em outros papéis, e o vento insiste em soprá-los de volta. Eu colo todos no meu muro, virado para trás. E o reboco insiste em derrubar.
Agora olho ao meu redor, paredes dizem que ainda vou morrer aqui. Me escondo embaixo da cama que fundamos e afundamos. Em cada gota de suor, suas palavras doces ainda me fazem rir.
Eu até amarrei um barbante na saída, pra não me perder no seu caminho. Mas tem sempre uma armadilha, tem sempre um cão de guarda. Tem sempre um motivo pra se trancar numa gaiola. E aqui de cima, nada importa mais se estou com você, se estou em você. E você está em mim. Só não me deixe cair.

4 comentários:

Fênix disse...

Adoro quando você fica meio "down"... você parece que retoma sua inspiração e escreve pra caralho!

Te amo.

Raisa. disse...

As gaiolas podem ser interessantes quando há alguém disposto a observar nosso comportamento e nos fornecer alguma diversão. A queda pode ser evitada, eu acredito. Boa sorte.

Wagner Oliveira disse...

nah,
eu acho que a única corda que vão jogar, vai estar enrolada no meu pescoço.

Bruna Mitrano disse...

"Aprendi nada, eu nunca aprendo", gostei disso. Gostei da tua escrita, tem uma urgência necessária; me fez lembrar vagamente a da Clarah (só depois vi ali o link pro blog dela).
Ó, nunca tomei doce, mas parafraseando o Bandeira, já tomei tristeza, sei bem como é essa sensação de vazio. Ou não (caetaneando). Sei lá se sei.